quinta-feira, maio 17, 2007




Clarice
&
Aforismos




E ninguém é eu, e ninguém é você. Esta é a solidão.

Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.

Eu escrevo simples. Eu não enfeito

Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo.

Escrevo para me manter viva

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro

Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso.

Eu sou uma pergunta

Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
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E ainda nem visitei o Museu da Lingua Portuguesa...

3 comentários:

Solange Yokoi disse...

Senhor! Que lindoooooo! Meu Deus! Tô emocionada. Me mostra em qual livro?
Beijones

beta disse...

qual frase, buneco??

Solange Yokoi disse...

nossa, pra mim fez tanto sentido que me pareceu um único texto de um único livro.
Beijones